23/05/2011 16:49

Marcos: 'Na hora da decisão, os veteranos têm o seu momento'

Marcos: 'Na hora da decisão, os veteranos têm o seu momento'

Em clima de despedida, goleiro do Palmeiras conversa com Glenda Kozlowski e diz que quer jogar o máximo possível no Brasileiro


Jogar o maior número possível de partidas, viajar e se despedir. Esse é o lema de Marcos, do Palmeiras, que se prepara para seu último Campeonato Brasileiro. Já em clima de despedida, o goleiro conversou com a apresentadora do "Esporte Espetacular" Glenda Kozlowski e falou sobre sua equipe, o formato da competição e as mudanças no futebol.

Para Marcos, por ser uma competição longa, com muitos jogos e em um país grande territorialmente, o campeonato por pontos corridos privilegia os times mais bem condicionados fisicamente. O goleiro também comentou a cobrança que existe atualmente sobre os jogadores e disse que está preparando a cabeça para a aposentadoria.

Confira abaixo a íntegra da entrevista.

O que está faltando para o Palmeiras ser campeão de novo?

Posso te falar que vontade nunca faltou. O Campeonato Brasileiro é um campeonato longo, difícil, acho que um dos mais difíceis do mundo. Os times são praticamente iguais, têm muitos craques. Mas como o campeonato é muito longo, muitas vezes acaba acontecendo de algum jogador importante se machucar e o time chegar nas finais perdendo um pouco do gás. A esperança sempre existe que esse ano possa ser diferente. Vamos entrar com tudo para, quem sabe, acabar com esse jejum aí e levar o Palmeiras a ser campeão de novo.

Quais são os pontos fortes do seu time para esse Campeonato Brasileiro?

Eu acredito que as contratações de Kleber,  Wellington Paulista, que chegou agora, e do Maikon Leite, que deve vir do Santos. Era uma coisa que a gente estava sofrendo há algum tempo, o Palmeiras não tinha um ataque assim de muita qualidade. Eu acredito que nesse Brasileiro a gente vai ter um bom time, um time competitivo, e vamos brigar de igual para igual com todos.

O que é mais difícil no Campeonato Brasileiro?

Acho que o fato de ser pontos corridos, igual aos campeonatos europeus. Se você vai disputar o Campeonato Italiano, a Itália é pequena. Você vai disputar o Campeonato Francês, a França é um país pequeno. Você vai disputar o Campeonato Brasileiro, é um país muito grande, você viaja muito, às vezes longas distâncias. Falam que um campeonato de pontos corridos é mais justo. Eu não acredito, porque nunca um time do Norte, do Nordeste do país vai conseguir ser campeão jogando em Porto Alegre e voltando para jogar em casa, vindo para São Paulo. Uma vez eu vi uma matéria, acho que sobre o América-RN, quando estava na primeira divisão: eles deram duas voltas na Terra numa disputa de Campeonato Brasileiro. Então, não acho um campeonato justo. No final da competição, a parte física acaba sendo muito importante. Acho que pelo fato de o campeonato ser tão longo, com tantos jogos e tantas viagens, quem tiver um time mais condicionado e que tiver o melhor elenco acaba se dando bem no final.

O que mudou no futebol na sua visão de goleiro?

A parte física mudou muito. Hoje o jogador é muito bem condicionado fisicamente, os espaços no campo quase não existem. É pegada todo jogo, aquela cobrança que o jogador tem que jogar bem todo dia. Mas não é uma máquina, não consegue jogar duas vezes por semana e dar 100% da condição física que ele tem. A grande mudança foi essa. Antigamente era a parte mais tática e jogadores mais diferenciados e hoje, não. A parte física é muito apurada. Existem jogadores com grande preparo físico, que conseguem correr 8, 9 km por jogo.

Esse Brasileirão vai ser da "molecada" ou dos jogadores mais velhos?

Acho que o jogador mais velho consegue se destacar em algumas partidas, mas com certeza deve ser da molecada. A molecada de 20, 19 anos. Todo mundo já teve 19, 20 anos e sabe que é bem mais fácil jogar assim, principalmente em um campeonato longo. Mas é claro que ter um jogador experiente no time, um veterano, uma hora ou outra ele vai fazer a diferença pela experiência que ele adquiriu ao longo do futebol. Acho que no dia-a-dia a molecada aparece mais, mas na hora da decisão os veteranos têm o seu momento também para aparecer no campeonato.

Panela velha faz comida boa, não faz?

Não faz todo dia, mas faz (risos).

Como é o Campeonato Brasileiro para você?

Estou me preparando bastante para jogar o máximo de partidas no Brasileirão, até porque é meu último. Queria passar pelos estados brasileiros e poder me despedir de todo mundo. Foram vários anos jogando em todos os estados, então queria jogar o máximo que eu pudesse, ou pelo menos viajar o máximo que eu pudesse para poder finalizar minha carreira. Estou me preparando para isso. Quem sabe o Campeonato Brasileiro seja bom e o Palmeiras consiga vencer, que seria o ideal para eu me aposentar no final do ano. E também para que eu possa jogar o máximo que der, até porque vai fazer falta quando eu parar.

Você já pensa nas suas "últimas vezes" no futebol?

Ah, eu já estou pensando. Estou me preparando, não quero chegar ano que vem e ficar depressivo. Tenho que usar esses seis meses para poder jogar e também para me despedir. Claro que depois eu vou poder voltar a Porto Alegre, voltar a Goiânia, voltar a qualquer lugar, mas não dentro do campo como jogador. Para assistir, talvez até como parte de uma comissão técnica, mas não mais como jogador. Então, já estou preparando minha cabeça para não sofrer muito no final do ano.

Depressão nem combina com você.

Também acho difícil ficar depressivo, posso ficar triste umas três horinhas, depois eu fico alegre de novo (risos). 

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Palmeiras vai ter que tomar cuidado no classico!

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